RETORNO...
Terezinha E.S. Budke
Andei...
Pela mesma estrada...
Por onde fui embora...
E me fechei lá fora...
Sorri...
Para as mesmas pessoas...
Nada mudou...
Mas tudo passou...
Olhei...
Para as mesmas coisas...
E sozinha percebi...
Que de tudo esqueci...
Pensei...
Porque parti...
Sonhei ter estado...
Num tempo passado...
Procurei...
O que pensava encontrar...
Mas só encontrei...
Aquilo que deixei!!!
O Silêncio!
Terezinha E.S. Budke
O dia é como a noite,
E na escuridão da rua,
A lua passeia nua,
Na solidão que se avizinha,
Cansada...
De acompanhada, andar sozinha.
E risos viraram choro,
Na platéia do mundo,
No picadeiro em côro
Palhaços pedem socorro!
Do lado de fora da vida,
Em volta de um corpo encurvado,
No silêncio dos rejeitados, dos esfomeados,
Dos esfarrapados,dos injustiçados,
O recomeço.
A lua passeia nua,
Na solidão que se avizinha,
Cansada...
De acompanhada, andar sozinha.
Testemunha de amores e desamores,
De beijos roubados e corpos assassinados.
Sente pena daquele que enxerga e não vê,
Vestida de trapos,
A realidade crua,
Sonho em farrapos,
De quem vive na rua!
E no princípio do prólogo,
Um murmúrio, um monólogo
De uma mente demente
Que procura e encontra,
O beijo molhado,
Que a boca já sente,
Corpos sedentos se unem e separam,
Num último lampejo,
De puro desejo!
Sanidade é loucura,
No grito alucinado,
No gesto de doçura,
No perfume do jasmim,
No dia que se fez noite,
Silêncio, enfim!